terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Máquina do Tempo


Sou apaixonada por Ficção Científica e ainda mais apaixonada por Viagem no Tempo. São dois estilos que exigem um bom conhecimento da Ciência e o segundo acaba exigindo mais, já que o autor tem de ter cuidado redobrado na hora de montar sua história visto que um pequeno erro de continuidade ou cronologia pode fazer com que uma obra que tinha tudo para ser maravilhosa acabe se tornando um fiasco.

E justamente por adorar esses dois estilos eu não poderia deixar de ler A Máquina do Tempo!

Um clássico da FC e com algumas boas adaptações para o cinema, porém, como esperado, nenhuma é fiél ao livro. Aliás parece que quanto mais antigos os livros, menos fiéis as adaptações.

A história é contada em 1ª pessoa, não do ponto de vista do Viajante do Tempo, mas de alguém que ouviu sua história. O ritmo é muito bom no começo, mas depois de algumas páginas ele desacelera, não chega a ficar chato, mas não cria a vontade de chegar logo ao final da história.

Novamente H. G. Wells foca sua história no comportamento humano. Avançando alguns milhares de anos no futuro o Viajante do Tempo encontra uma terra um pouco diferente da que imaginava. Ao invés de conhecer os avanços tecnológicos da humanidade, ele testemunhou a evolução de sua própria espécie. Uma espécie que há muito tempo havia atingido o ápice do desenvolvimento e agora encontrava-se em algum momento de sua "involução", dividida em duas "espécies" distintas, os Elois e os Morlocs.

O mais interessante nesse livro é analisar as conclusões que o Viajante do Tempo faz sobre como a humanidade teria evoluído para duas espécies diferentes. Um olhar bastante elitista e, do meu ponto de vista, um tanto preconceituoso, mas que nos leva a questionar se um dia chegaríamos a tal ponto.

Depois de ler - e adorar! - A Guerra dos Mundos, que usa uma história bastante agitada para fazer sua crítica ao comportamento humano, A Máquina do Tempo ficou abaixo das minhas espectativas.

O comportamento humano - embutido tanto nas suposições do Viajante sobre a evolução da espécie, quanto nos comportamentos dos Elois e Morlocs - é muito interessante, embora não tenha muito a acrescentar para quem goste desses temas, no máximo podemos perceber como era a visão de alguém do final do séc XIX.

A Máquina do Tempo é um livro muito bom para quem gosta dessa análise de comportamento humano, mas relativamente chato para os demais. A leitura é bastante agradável, porém toda a parte da história que não descreve o futuro pelos olhos do Viajante não possui força suficiente para prender a atenção daqueles que procuram por um pouco de ação e aventura.